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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pimentas combatem depressão, ajuda a perder peso e melhorar a circulação sanguínea

Pimenta caiena: uma das preferidas das celebridades quando querem perder peso e desintoxicar



Malagueta, dedo-de-moça, comari, biquinho, caiena, habanero, tabasco, jalapeño. Não faltam opções de pimentas para temperar e dar sabor aos alimentos. A variedade existente no Brasil e no mundo é ampla, tanto quanto os benefícios que elas podem propiciar ao organismo.


Atreladas a um estilo de vida saudável, essas picantes frutinhas (sim, para a botânica, pimentas são frutas) podem melhorar o humor, ajudar a emagrecer, aumentar a circulação sanguínea e agir como anti-inflamatórios.

Marcio Bontempo, médico homeopata e autor do livro “Pimenta e seus benefícios para a saúde” (Editora Alaúde), explica que os efeitos são resultados da ação da capsaicina e da piperina, agentes ativos, encontrados nos frutos, com comprovada ação vasodilatadora arterial.

As propriedades também aumentam a produção da endorfina, o hormônio do prazer e do bem-estar, e de outras substâncias também ligadas à satisfação, como a serotonina e a dopamina. "Para a mulher, a melhora na irrigação sanguínea e a elevação da serotonina ainda produz um efeito afrodisíaco", afirma.



Controla o peso e é antioxidante

A ação sobre o controle do peso se dá pela aceleração da queima metabólica. A pimenta-caiena é uma das espécies que ganhou popularidade ao ser utilizada com essa finalidade em uma dieta de desintoxicação e emagrecimento adotada por famosos, como Beyoncé, Jared Leto e Rachel McAdams.

Seus impactos sobre o metabolismo foram comprovados em uma pesquisa conduzida na Univesité Laval, do Canadá (Québec). Durante um período, voluntários consumiram uma pequena porção de pimenta-caiena no café da manhã e tiveram o apetite reduzido e a queima de calorias aumentada.

Graças à presença de vitamina C, licopeno e outros pigmentos, as pimentas ainda têm efeito antioxidante. "Juntos, eles promovem uma varredura de radicais livres desencadeadores do processo inflamatório", ressalta.

O engenheiro agrônomo Ademar Menezes Júnior, da Oficina de Ervas, avalia que o potencial fitoterápico do alimento é pouco explorado frente aos seus benefícios para a saúde. “Principalmente nos Estados Unidos, há diversos trabalhos acadêmicos que mostram que o extrato pode ser ingerido na forma de cápsulas e ainda transformado em creme para uso tópico. Em casos de artrite e artrose, por exemplo, causa uma analgesia no local. No couro cabeludo, pode até combater a queda de cabelos”, diz.


Em todas as classes sociais



Estima-se que os brasileiros consumam meio grama por dia de pimenta, a mesma quantidade que os europeus. De acordo com Nelusko Linguanotto Neto, autor do livro “Dicionário Gastronômico: Pimentas com suas Receitas” (Global Editora) e proprietário da Bombay Food Services, os campeões mundiais são os coreanos, com 8 gramas diárias. Na sequência, vêm os tailandeses (5g), seguidos dos indianos (2,5g) e dos mexicanos (2g).

Apesar do baixo índice no país, ele afirma que o quadro está mudando. “Antes restrita aos botecos e às pastelarias, hoje as pimentas são servidas em restaurantes de alta gastronomia. Elas perderam o estigma de alimento das classes menos favorecidas”, diz. Esse fenômeno popularizou espécies originárias na Bacia Amazônica, mas desconhecidas por aqui há até alguns anos, como a jalapeño e a habanero.

Linaguanotto Neto chama atenção para as diferenças regionais e para o fato de que no Norte e no Nordeste, as plantas são utilizadas em abundância. “Em áreas quentes, elas são mais frequentes na culinária porque promovem um equilíbrio entre as temperaturas interna e externa do corpo. Ou seja, diminuem a sensação de calor”, explica.



Cultura nacional

As pimentas são ingredientes fundamentais da culinária brasileira, basta pensar em pratos como a moqueca e o acarajé, que não seriam os mesmos sem a pungência marcante dos condimentos.

Apesar disso, nem todos apreciam essa característica. Para quem não gosta, mas quer se beneficiar das pimentas, basta extrair as sementes. Linguanotto Neto esclarece que o sabor ardido, na verdade, está na placenta que envolve as sementes.

“Ao raspar a parte interna dos frutos, é possível diminuir em até 80% a ardência”, ensina. Algumas propriedades, no entanto, se perderão. “Quais mais fortes, mais potentes são os efeitos na saúde”, ressalta.


Quem deve evitar



Quem sofre com refluxo, úlceras e gastrites deve evitar o consumo para não agravar o quadro. “É importante ressaltar que não são os agentes da pimenta que fazem mal. Pelo contrário, eles são benéficos e até previnem doenças como gastrite e esofagite. O problema ocorre quando o estômago já está debilitado. Como os frutos estimulam a produção de suco gástrico e, consequentemente, de ácido clorídrico, substância presente no suco, ocorre uma piora nas inflamações”, explica Ricardo Portieri, gastroenterologista do Hospital Bandeirantes.

O alimento também não é o responsável pelo desenvolvimento de hemorroidas, como muitos imaginam. “A doença é causada por outros fatores e as pimentas, assim como no caso das disfunções estomacais, agravam a situação. A ideia de que elas são a causa é um mito”, esclarece.


Grau de ardência



Em 1912, o químico norte-americano Wilbur L. Scoville classificou o grau de ardência das plantas, dando origem a uma escala que leva o seu nome. As medidas dessa régua se referem à quantidade de vezes que um extrato de pimenta precisa ser diluído em uma solução de água para ser neutralizado. A Jolokia, a mais ardida do mundo, está no topo do ranking, com valor de 1.000.000.

“Mas para facilitar a compreensão do público, foi adotada uma escala de zero a dez, que recentemente foi acrescida de outros valores para dar conta das variedades que apareceram”, explica Linguanotto Neto.    Abaixo uma lista organizada pelo especialista.


Veja a tabela com o grau de ardência de algumas pimentas    

 BIQUINHO: 0 A 1 - Não arde e é muito aromática. Também usada na decoração de pratos.

PIMENTA-DO-REINO: 3 A 4 - Empregada principalmente no tempero de carnes, aves e peixes.

JALAPEÑO: 5 - Muito popular no México, essa variedade é comumente empregada em molhos, como os que acompanham os nachos.

DEDO-DE-MOÇA: 6 - Várias receitas brasileiras têm essa pimenta entre seus ingredientes. Desidratada, ela recebe o nome de pimenta calabresa.

 PIMENTA SERRANO: 7 - Seus frutos são consumidos ainda imaturos, por isso a espécie também é conhecida como pimenta verde. São utilizados em receitas de chutney e também como tempero de molhos e carnes.

PIMENTA-DE-BODE: 8 - Frequente na culinária goiana, é cultivada na forma de conserva.

COMARI: 8 - Popular na região Sudeste, costuma ser servida separadamente em função do alto grau de ardência.

MALAGUETA: 9 - Em países como Portugal, recebe o nome de piri-piri. Tem sabor inconfundível e pode ser usada desidratada.

 HABANERO: 10 - Combina com pratos à base de tomates e frutos do mar. Também é muito popular no México.

JOLOKIA: 20 - Também conhecida como pimenta fantasma, está listada no Guiness Book como a mais forte do mundo. Encontrada na Índia, deve ser consumida com moderação.




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