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sábado, 18 de agosto de 2012

A ejaculação precoce pode estar com os dias contados.

Antes da Hora


A ejaculação precoce, que afeta 30% da população masculina no mundo, pode estar com os dias contados.

Foi dada a largada. Eufóricos, competidores se esforçam, suam a camisa. Ao atingir a reta final o suposto vencedor percebe que perdeu o melhor da festa. É mais ou menos assim que se sentem os homens que sofrem de ejaculação precoce. Felizmente esse problema, que costuma devastar relacionamentos, logo, logo deve ter um fim graças a um novo remédio. Trata-se da dapoxetina, um antidepressivo classificado como inibidor seletivo da recaptação da serotonina (SSRI, em inglês).

Ele é da mesma família de drogas como a fluoxetina, um dos medicamentos mais receitados para quem sofre de uma tristeza sem fim. Desde que substâncias assim se popularizaram no tratamento da depressão, notou-se que possuíam o curioso efeito colateral de retardar a ejaculação. Daí passaram a ser usadas também contra o problema. Os antidepressivos, empregados paralelamente ao aconselhamento psicológico, tornaram-se comuns nos tratamentos para aumentar o tempo médio de duração da relação sexual.

Só que essas drogas podem provocar problemas de pele, diarréia, boca seca, náuseas e aumento de peso. Além disso, só fazem efeito depois de pelo menos dez dias de uso. Com a dapoxetina, entretanto, esse quadro tende a mudar. É o que mostra um estudo realizado pela Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos — o primeiro a testar o princípio ativo contra a ejaculação precoce. Publicado em setembro na revista médica inglesa The Lancet, ele demonstrou que a dapoxetina aumenta de três a quatro vezes a duração do ato sexual, com a vantagem de o usuário poder ingeri-la poucas horas antes de transar.

Como ela é eliminada rapidamente, não produz efeitos colaterais — outro ponto a favor. No estudo americano, 2,6 mil homens foram submetidos a testes com a substância. Parte deles recebeu a dapoxetina, enquanto a outra ingeriu um placebo. Em média todos ejaculavam menos de um minuto depois de iniciar a relação. Doze semanas depois, entre os que engoliram o medicamento o tempo subiu para mais de três minutos.

Responsável pela pesquisa, o urologista Jon Pryor, que também é diretor do Departamento de Cirurgia Urológica da Universidade de Minnesota, acredita que o medicamento será revolucionário. "Um dos aspectos mais importantes dessa pesquisa é que a opinião da parceira foi considerada na avaliação", explica. As mulheres dos voluntários participaram ativamente do estudo, controlando a duração de cada transa — ops, teste — por meio de um cronômetro.

A dapoxetina ainda está em fase de registro na FDA, agência federal americana que controla
medicamentos. A Johnson & Johnson, que detém a patente, e seu braço farmacêutico, a Janssen Cilag, afirmam que ainda não há data definida para colocar o produto nas prateleiras, mas no meio médico acredita-se que isso vá acontecer logo. Qual seria o tempo considerado desejável até o homem ejacular durante o sexo? Ninguém é rígido com o cronômetro.A comunidade médica considera ejaculador precoce o indivíduo que atinge o clímax antes do momento desejado. "Como isso é subjetivo, a maioria das pesquisas clínicas adota o prazo de dois minutos como parâmetro de normalidade", afirma o urologista Eduardo Bertero, chefe do setor de Andrologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. "A média dos pacientes é de quatro a cinco minutos", contrapõe a psiquiatra Carmita Abdo. "Não há um tempo limite, mas o ideal para a maioria seria de dez a 15 minutos", opina o urologista Mário Paranhos, chefe do setor de Medicina Sexual do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Com tanta variação, há pelo menos um consenso: o problema sempre provoca uma enorme insatisfação no casal. Uma pesquisa realizada pela psiquiatra Carmita Abdo indica que 25,8% dos brasileiros sofrem de ejaculação precoce. A pressa nacional não é discrepante da estimativa mundialmente aceita de 30%. Aliás, a ejaculação precoce é o distúrbio sexual masculino mais prevalente, superando até a dificuldade com ereção e acontecendo em qualquer faixa etária.

Tudo começa — e, para desprazer geral, termina — quando as áreas cerebrais que controlam a ejaculação — na hipófise e no hipotálamo — não respondem adequadamente aos estímulos sexuais, que são transmitidos principalmente pelos órgãos genitais. Uma das hipóteses para a ação da dapoxetina é de que, ao aumentar a quantidade de serotonina nos centros cerebrais do prazer, ela reduziria a ansiedade e também a libido, além de tornar as secreções mais densas. Assim, a ejaculação se retardaria um pouco mais.

A chegada de medicamentos que melhoram a performance de quem é ligeiro na cama deverá disparar outra corrida — às farmácias, bem entendido, como aconteceu quando surgiram as primeiras drogas contra a impotência. Mas, saiba, a dapoxetina exigirá receita médica, como todo antidepressivo. E não turbina o sexo de quem goza no tempo certo.


Causa da ejaculação precoce



A maioria dos especialistas aponta os fatores emocionais como a mais provável causa da ejaculação precoce. "Ainda há muita polêmica sobre isso, mas sem dúvida a ansiedade é um sintoma presente em todos os pacientes com o problema", afirma a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Segundo ela há dois tipos de ejaculador precoce: os primários, que sempre ejacularam em um zás-trás, e os secundários, que passam a gozar ligeiro em fases de muito estresse. Há teorias, ainda não comprovadas, que apontam nos dois casos um possível distúrbio em um receptor responsável pela reabsorção da molécula de serotonina no cérebro.


Técnicas contra ejaculação precoce



Há um motivo a mais para incentivar a ioga entre os homens. Essa prática milenar inclui um exercício chamado mulabanda, que treina o controle da ejaculação. Ele consiste na contração e no relaxamento dos esfíncteres. A pessoa faz pressão, como se precisasse ir urgente ao banheiro, e com isso tonifica os músculos da uretra, canal importante no controle da ejaculação.


Há outras técnicas, que nada têm a ver com ioga, mas igualmente úteis, segundo os especialistas. Eles recomendam, por exemplo, um exercício denominado stop-start: o homem se masturba e interrompe o movimento antes de ejacular. Ou ainda a penetração sem mexe-mexe, para que ele se habitue a ter o contato sexual com menor ansiedade, quebrando o reflexo condicionado penetração-ejaculação.


Ejaculação precoce: o que fazer?



O QUE AJUDA


• Variar as posições sexuais, dando preferência àquelas que reduzem o contato corporal e diminuem a excitação. O tradicional "papai e mamãe" é um estraga-prazeres, já que o toque entre os corpos é maior e a ejaculação chega mais rápido.

• Masturbação antes da transa. Pode ajudar a reduzir a ansiedade, principalmente se a pessoa não faz sexo regularmente.



O QUE ATRAPALHA

• Usar anel peniano para prolongar a ereção. O dispositivo é extremamente prejudicial à saúde. Há risco de lesar tecidos do pênis e até mesmo de provocar a morte deles.

• Cirurgia para reduzir a sensibilidade. Consiste na cauterização ou remoção de terminações nervosas do pênis. Saída radical, a operação pode levar aproblemas permanentes de ereção.










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