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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Excesso de transpiração? Veja como tratar o problema

Além do constrangimento de ficar com as roupas molhadas, a hiperidrose afeta a atividade profissional: portadores podem não conseguir nem segurar uma caneta por causa do excesso de suor nas mãos.

 

Situações de medo ou estresse podem fazer uma pessoa suar demais. Mas a transpiração, fenômeno tão corriqueiro no nosso corpo, extrapola os estudos médicos e é alvo de pesquisas constantes nas indústrias de cosméticos e no setor têxtil.
Embora o nível de sudorese varie de uma pessoa para outra, transpirar num ambiente de pouco calor ou sem fazer esforço físico pode ser um sinal de que algo está errado.

FUNÇÃO DO SUOR

A transpiração tem a missão de controlar a temperatura do corpo e manter a pele hidratada. Além de água e gordura, sais minerais e ácido úrico são eliminados pelo suor, como um recurso do organismo para se livrar de substâncias tóxicas. As glândulas sudoríparas se concentram principalmente nas mãos, nos pés, nas axilas e na virilha.
Um dos principais responsáveis pelo excesso de suor é um distúrbio chamado hiperidrose. “É uma desordem caracterizada por suor excessivo, geralmente nas mãos, nos pés e nas axilas, mas que também pode se manifestar na face e no couro cabeludo. É acompanhada de rubor facial, sentimento de embaraço e, frequentemente, de uma vontade forte de escapar daquela situação, o que chamamos de fobia social”, afirma Jose Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um dos principais responsáveis pelo excesso de suor é um distúrbio chamado hiperidrose. “É uma desordem caracterizada por suor excessivo, geralmente nas mãos, nos pés e nas axilas, mas que também pode se manifestar na face e no couro cabeludo. É acompanhada de rubor facial, sentimento de embaraço e, frequentemente, de uma vontade forte de escapar daquela situação, o que chamamos de fobia social”, afirma Jose Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Não se conhece as causas da hiperidrose, mas sabe-se que, durante este quadro, aumenta a atividade do sistema nervoso autônomo - aquele responsável pela respiração e pelos batimentos cardíacos, que ocorrem sem o nosso controle.


Tratamentos possíveis

 Além do constrangimento de ficar com as roupas molhadas ou o rosto pingando, o distúrbio afeta as atividades profissionais. Muitos portadores não conseguem segurar canetas ou equipamentos por conta do suor demasiado das mãos.

Uma das linhas de tratamento mais recentes da hiperidrose envolve a aplicação de doses baixas de um medicamento da classe dos anticolinérgicos, também usados para diminuir espasmos musculares ou controlar incontinência urinária. “Apresenta sucesso terapêutico em até 75% dos casos”, afirma Campos.

Já a dermatologista Carla Bortoloto, do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele, aponta que a aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos.

A aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos



“A aplicação é feita no local da sudorese excessiva uma vez por ano ou a cada um ano e meio. O resultado é mantido durante todo este tempo. Não tem efeitos colaterais nem exige tratamento tópico”, descreve. O único obstáculo é o preço. Cada aplicação não custa menos que R$ 2.000, segundo a médica.
Medicamentos que contêm hidróxido de alumínio também são indicados por especialistas. Mas demoram para apresentar resultados – em geral somente após 90 dias – e surtem efeito apenas em 10% a 20% dos casos.
  • A aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos
Hipertireoidismo e outras disfunções hormonais ou metabólicas também afetam o nível de transpiração do organismo.

Mitos comuns

A dermatologista Carla Bortoloto desfaz alguns mitos neste campo. O primeiro: o odor desagradável, principalmente nas axilas, não está necessariamente associado à transpiração excessiva. “Ele ocorre por uma alteração no PH [acidez] da pele, que acaba aumentando a proliferação de bactérias e fungos”, esclarece.

O segundo é que, ao contrário do que faz a maioria das pessoas, lavar excessivamente ou usar mais sabonete ou desodorante, além de não resolver, piora o problema, pois traumatiza a região. “É preciso tratá-la com medicamentos de uso tópico, ou seja, pomadas e cremes antibióticos ou antifúngicos ou, ainda, desodorantes manipulados”.
Outro mito muito propagado é o de que homens transpiram mais que mulheres, porém, não há nenhum dado que comprove isso.

Entre as soluções caseiras populares, a única que a dermatologista diz funcionar é o uso do leite de magnésia no local, pois o produto contém hidróxido de alumínio, que melhora a acidez da cútis.

Alimentos condimentados

Também é preciso tomar cuidado com a alimentação, que pode alterar o odor do suor. O alho e a cebola costumam acentuar o cheiro desagradável, de acordo com a especialista.

  

O dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, acrescenta que alimentos muito condimentados podem estimular uma maior sudorese. “Normalmente, a transpiração não envolve alimentos e bebidas, desde que não haja um excesso de substâncias indesejáveis a serem eliminadas nesse processo”, observa.

Tudo isso é levado em consideração pelos fabricantes de cosméticos. “Cada pessoa tem o seu próprio cheiro, que varia de acordo com a dieta alimentar, o hábito de fumar ou de beber, o uso de medicamentos, o tipo de pele e a própria transpiração. Assim, as fragrâncias podem proporcionar características únicas, o que explica por que o mesmo perfume pode ser distinto em pessoas diferentes", relata Marselha Tinelli, gerente de Perfumaria de O Boticário.

Já as formulações dos desodorantes são desenvolvidas para atender tanto as preferências do consumidor no tocante à aplicação (por isso os formatos em aerossol, creme e roll-on), quanto aos diferentes níveis de sudorese das pessoas.

Por isso, os fabricantes utilizam diversos tipos e concentrações de ativos antitranspirantes, além de outras tecnologias que consideram a diversidade de quem usa os produtos, segundo a gerente de desenvolvimento de fórmula de desodorante da Natura, Elisangela Gama.


  • Segundo especialistas, não há comprovação de que homens transpirem mais que mulheres





Tecidos inteligentes também ajudam em casos de transpiração excessiva.


Roupa esportiva produzida pelo "fio inteligente" Emana, da Rhodia: seca rápido e traz conforto ao corpo.
 
 
Roupa molhada de suor é desagradável tanto para o corpo quanto para os olhos. O dermatologista Marcelo Drummond lembra que tecidos de algodão "sugam o suor" e permitem que haja um controle saudável da temperatura corporal, evitando obstruir a eliminação de água do organismo.

Porém, os fabricantes buscam desenvolver tecidos que tragam cada vez mais conforto nesse sentido. Para isso, levam em consideração fios e tramas que absorvam a transpiração, promovam a transferência da umidade do corpo para o ambiente e sequem rapidamente.
São os chamados tecidos inteligentes ou tecnológicos, pensados e desenvolvidos, entre outros motivos, para potencializar os benefícios das atividades físicas e minimizar os seus possíveis inconvenientes como a transpiração.

Nas atividades esportivas, o conforto relacionado à temperatura corporal e, consequentemente, à transpiração, é fundamental, uma vez que afeta o desempenho tanto de praticantes comuns quanto de atletas.

“Atualmente, com o forte crescimento da indústria de desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao vestuário para a prática esportiva, o atleta pode se beneficiar com tecidos leves que facilitam a evaporação do suor”, diz Carla Amado, gerente de Women’s Training da Adidas.

Essas tecnologias também se estendem aos calçados da marca, reduzindo, em média, 20% da umidade no interior do tênis e 10% da temperatura dos pés. As tramas abertas, como um tricô, são igualmente utilizadas em calçados da Nike.


Os microcanais do fio Coolmax da Invista conduzem a transpiração para o lado externo do tecido, fazendo com que seque rapidamente


Rochas moídas

As últimas tendências nesta área apontam para o uso de minerais, ou seja, rochas moídas, nos tecidos, para manter o corpo aquecido, mas, ao mesmo tempo, trazer uma sensação de frescor ao esportista, segundo Amado.

Já a fabricante de tecidos Invista usa a tecnologia de microcanais nos fios, igualmente com o objetivo de gerenciar a umidade do corpo, mantendo-o enxuto ao evaporar o suor e fazer o tecido secar rapidamente.

Os praticantes de esportes na neve, como esqui e snowboard, também precisam tomar um cuidado especial relacionado à transpiração, que ocorre mesmo que as temperaturas estejam abaixo de zero.

Pedro Cavazzoni, superintendente técnico da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, recomenda a chamada vestimenta em camadas. A primeira deve ser formada por roupas térmicas, bem coladas ao corpo e que absorvem o suor. A segunda, por peças de material sintético ou de lã, que protegem da umidade e do frio. Sobre elas, jaquetas e calças impermeáveis. Por fim, dois pares de meias: primeiro as de algodão, justamente para absorver a transpiração e, sobre estas, as sintéticas ou de lã.


No dia a dia

Enquanto estes novos produtos não chegam às confecções de roupas para o dia a dia, Elizabeth Haidar, gerente de Marketing da Rhodia, dá dicas para a escolha dos tecidos em geral: “O ideal é usar produtos de poliamida (o popular nylon), que têm uma boa absorção da umidade e secam facilmente. Portanto, uma dica é verificar se há este componente na etiqueta da roupa" - conta ela.
Além disso, ela lembra que o algodão absorve bastante a transpiração, mas seca lentamente. E o poliéster, apesar de secar mais rapidamente do que todos, apresenta baixo nível de absorção de água.

A trama do tecido também é importante: quanto mais aberta, melhor a evaporação do suor. Haidar sugere um teste: ao escolher uma roupa, puxe um pouco o tecido. Quanto menos esticar, mais fechada a trama.

 

domingo, 21 de outubro de 2012

Trate seis desconfortos do dia a dia com remédios naturais

Azia, enjoo, tosse e até afta podem desaparecer com receitas simples

Nem sempre é preciso apelar para a farmácia na hora de resolver um problema. Às vezes, a solução é bem mais simples e está bem ali, na fruteira de casa.

A eficiência dos remédios naturais é velha conhecida da sua avó e das gerações passadas, mas tem se perdido atualmente em parte, devido à facilidade em encontrar serviços que funcionam 24 horas.

Sem dúvida, não é o caso de tentar cuidar da sua saúde sozinha. A opinião de um especialista é fundamental sempre que você nota algo estranho no seu corpo.

Mas quando o mal-estar parece simples, as dicas caseiras podem aliviar bastante um inconveniente que, dali a pouco, desapareceria.

Com a ajuda da nutricionista Flávia Morais, da rede Mundo Verde, o MinhaVida apresenta uma lista de soluções simples e eficazes contra sete problemas muito comuns do dia-a-dia.



Azia Receita: Comer gengibre

Por que funciona: estudos mostram que o gingerol e shogoal presentes no gengibre são eficazes no controle de náuseas.

Riscos: contra indicado para pessoas com hipersensibilidade ao gengibre ou seus componentes. Dormencia na língua e olhos inchados após comer a raiz são sinais de alergia.

                   
jarra com suco e um abacaxi ao lado - Foto Getty ImagesCólica Menstrual Receita: suco de abacaxi com couve

Por que funciona: a bromelina do abacaxi atua como antiinflamatória e os nutrientes cálcio e magnésio da couve são relaxantes musculares.

Riscos: pessoas hipersensíveis ao abacaxi não devem tomar. Insônia

 
copo com suco de maracujá - Foto Getty ImagesInsônia
Receita: Suco de maracujá adoçado com mel de laranjeira

Por que funciona: o maracujá é famoso por suas propriedades calmantes, sendo indicado para combater insônia, agitação, irritação e ansiedade. O mel de flor de laranjeira também tem propriedades calmantes.

Riscos: Pessoas diabéticas não podem consumir o mel, assim como menores de 1 ano de idade pelos riscos de botulismo.

 
colher com linhaça - Foto Getty ImagesIntestino preso
Receita: Aumente o consumo de fibras. Inclua a semente de linhaça em sucos ou frutas.

Por que funciona: as fibras aumentam o volume do bolo fecal facilitando sua eliminação.

Riscos: pessoas que aumentam o consumo de fibras também precisam beber mais líquidos, senão há o risco da prisão de ventre piorar.

 
mulher fazendo bochecho - Foto Getty ImagesAfta
Receita: Fazer bochechos com água e própolis ou aplicar o spray diretamente sobre a afta

Por que funciona: o própolis tem função analgésica, cicatrizante e antiinflamatória

Riscos: não existem contra indicações ao uso do própolis

 
pote de mel com colher - Foto Getty ImagesTosse
Receita: Mel de eucalipto com gotas de própolis

Por que funciona: o mel ajuda na expectoração e diminui a irritação da garganta. O própolis é anti-inflamatório

Riscos: Pessoas diabéticas não podem consumir o mel, assim como menores de 1 ano de idade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conheça alguns alimentos considerados desintoxicantes

Todos os dias somos expostos a uma enorme gama de substâncias tóxicas que "contaminam" nosso organismo e podem fazer mal à nossa saúde. Acumuladas ao longo dos anos, essas toxinas podem causar doenças como obesidade, alergias, problemas neurológicos (Alzheimer, ansiedade, irritabilidade, depressão), doenças articulares (artrite, artrose) e até mesmo câncer. Além de contribuir para desordens estéticas como envelhecimento precoce, acne, manchas e celulite.

"São conhecidas atualmente quatro milhões de substâncias tóxicas, das quais três milhões são consideradas de alto risco, como a poluição do ar e os pesticidas utilizados contra as pragas nas plantações", afirma a nutricionista Ingrid Bigotto, da OligoFlora. "As toxinas danificam as células e desregulam os processos metabólicos, causando disfunções no funcionamento do organismo e, consequentemente, diversos tipos de doenças", explica.
Além dos problemas físicos, a intoxicação do organismo afeta negativamente o humor das pessoas. "O excesso de toxinas altera a produção de hormônios e de neurotransmissores como a serotonina, por exemplo, provocando distúrbios de humor. Além disso, algumas toxinas podem agir como excitatórias do sistema nervoso, provocando oscilações de humor", explica a nutricionista.

Mas não são só as substâncias presentes no ambiente que podem causar processos de intoxicação do organismo. De acordo com o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), desequilíbrios emocionais, como o estresse, liberam no organismo grande quantidade de radicais livres, que são as moléculas responsáveis por causar danos às células do corpo e pelo envelhecimento precoce. "Combater o estresse é contribuir para que seu organismo se defenda melhor e de forma mais adequada das agressões externas", diz.

Agrotóxicos
A alimentação pode tanto ser fonte de "limpeza" do organismo, quando ingerimos os itens certos, quanto de contaminação. “Deve-se, na medida do possível, evitá-los e dar preferência aos orgânicos”, aconselha a gastroenterologista Mônica Viana, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
Para quem não quer ou não pode abrir mão dos alimentos tratados com pesticidas, ela sugere mergulhar as frutas, verduras e legumes que serão consumidos ao natural em uma solução de hipoclorito de sódio, vendido em supermercados, e deixá-los por dez a 15 minutos. “Isso diminui bastante a concentração de agrotóxicos”, diz.
Outra dica é manter um pedaço de carvão na geladeira. “O carvão ativado funciona como um mata-borrão, ele absorve as toxinas, principalmente os agrotóxicos”, afirma Viana.

Já Ribas Filho frisa a importância de uma dieta balanceada para passar longe de qualquer desequilíbrio. Ele aconselha que alimentos funcionais, como alho, cebola, maçã, oleaginosas e suco de uva, façam parte da dieta cotidiana de três a cinco vezes por semana, pois além de prover nutrientes, também favorecem a proteção contra os processos oxidativos do organismo. "Todos, de forma semelhante, possuem em sua composição compostos fenólicos, que são estruturas químicas antioxidantes e que agem contra o desenvolvimento de doenças degenerativas", aponta.

Vale lembrar que nada em excesso é bom para o organismo, em especial para o fígado, órgão que comanda a desintoxicação natural do corpo. Abusar das vitaminas em cápsulas e chás, por exemplo, pode causar um mal chamado hepatoxicicidade, espécie de sobrecarga no fígado que dura de 72 a até 96 horas. "O fígado e o rim só conseguem depurar uma determinada quantidade de substâncias. Quando a ultrapassamos, eles ficam sobrecarregados", explica Viana. Tomar bastante água ajuda a eliminar o que está em excesso e a fazer o fígado voltar ao normal. "A água é a principal fonte natural de desintoxicação do organismo, em qualquer caso", continua ela.

A médica destaca ainda a importância da evacuação no processo de desintoxicação. "Fazer com que o intestino tenha um ritmo constante ajuda a desintoxicar o organismo de substâncias tóxicas, como o sódio. Quando não se evacua adequadamente, pode-se ter insônia, dor de cabeça, irritabilidade", aponta.

 
 
 

Conheça alguns alimentos considerados desintoxicantes

 
Água: auxilia na digestão, ajuda a hidratar o corpo e a eliminar as substâncias tóxicas do organismo. Deve-se consumir cerca de 2 a 3 litros por dia, dependendo das condições climáticas, idade e nível de atividade física. "Ela é fundamental para o processo de desintoxicação", frisa a médica nutróloga Cristiane Coelho Ognibene, membro da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) e do Ican (International Colleges American for the Advancement of Nutrition)

Alecrim: é anti-inflamatório e ajuda na digestão, de acordo com a médica nutróloga Cristiane Coelho Ognibene.

Alho e cebola: os dois temperos mais comuns na mesa do brasileiro possuem compostos como a quercitina, um poderoso antioxidante, eficiente no combate aos radicais livres (moléculas responsáveis por causar danos às células). A cebola ajuda ainda na prevenção do câncer gástrico e de cólon. "O alho pode ser cortado e deixado no azeite que será usado para temperar verduras, por exemplo", indica a nutróloga Cristiane Coelho Ognibene.

 Maçã: possui fibras (pectina) que ajudam o intestino a funcionar melhor e, consequentemente, a eliminar mais toxinas. "A fruta é rica em flavonoides, que evitam o envelhecimento das células por conta de seus excelentes antioxidantes", diz a médica Cristiane Coelho Ognibene.

Suco de uva: contém cerca de 20 antioxidantes, como as antocianidinas e o resveratrol (presente na casca da fruta), que barram a ação dos radicais livres. Vale lembrar que, apesar de a uva ser fonte de antioxidantes, o álcool presente no vinho tinto é tóxico e, portanto, essa bebida deve ser evitada no período de desintoxicação.

Açafrão (cúrcuma): o tempero, muito usado em carnes e peixes, possui curcumina, um composto bioativo que é anti-inflamatório e age dentro das células, acelerando a desintoxicação, segundo a nutricionista Ingrid Bigotto, da OligoFlora Franchising.

Frutas vermelhas: opções como framboesa, cereja, mirtilo, morango e amora são ricas em antioxidantes e ácido elágico, substâncias que combatem os radicais livres (moléculas responsáveis por causar danos às células)

Chá verde e chá branco: possuem catequinas, poderoso antioxidante e anti-inflamatório. Além disso, retardam o envelhecimento por serem ricos em flavonoides, substâncias antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce.

Castanha-do-pará: é a principal fonte de selênio, importante para o adequado funcionamento da tireoide na síntese dos hormônios. O mineral também é fundamental para acionar as enzimas que combatem os radicais livres, contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico e ajuda o organismo a eliminar os metais pesados e substâncias tóxicas. "O selênio evita ainda a propagação do câncer e diminui sua incidência, melhorando o sistema imunológico", diz a médica nutróloga Cristiane Coelho Ognibene.

Sardinha: esse pequeno peixe de água salgada é rico em vitamina B12, essencial para o funcionamento normal do metabolismo, de acordo com a nutricionista Ingrid Bigotto, da OligoFlora Franchising.

 Acerola: a frutinha brasileira é uma das mais ricas em vitamina C, que é antioxidante e age neutralizando os radicais livres, responsáveis por danificar o bom funcionamento das células.

 Goiaba: como a acerola, a fruta, que pode ser de polpa vermelha ou branca, possui vitamina C, que é antioxidante e age neutralizando os radicais livres (moléculas responsáveis por causar danos às células).

Brácicas: como brócolis, couve-flor, repolho, couve manteiga, couve-de-bruxelas, mostarda, agrião, nabo, rabanete e rúcula: da família das brácicas, possuem compostos enxofrados, carotenoides e flavonoides que agem auxiliando a desintoxicação, informa a nutricionista Ingrid Bigotto, da OligoFlora Franchising.

Gengibre: segundo a a médica nutróloga Cristiane Coelho Ognibene, a raiz possui gingerol, poderoso anti-inflamatório.

 

 




Mulçumano se Converte a Jesus (testemunho)

Testemunho de um mulçumano que teve uma experiência fantástica com Jesus.Confira!



sábado, 13 de outubro de 2012

Babás pode dificultar vínculos entre crianças e pais

Quando criadas pelas babás, as crianças criam laços mais intensos com elas do que com os paisQuando criadas pelas babás, as crianças criam laços mais intensos com elas do que com os pais.


A função da babá deveria ser dar suporte aos pais nos cuidados com as crianças. Mas não são poucas as famílias que delegam as próprias responsabilidades a essas profissionais. Até mesmo nos fins de semana, em que boa parte do tempo livre deveria ser dedicada aos filhos, há pais que não abrem mão de sua presença: no parque, no shopping, na festinha de aniversário dos amigos ou outro passeio qualquer, lá está a babá dando comida à criança, levando-a ao banheiro, contando historinhas ou brincando com ela.

Contar com um auxílio para criar os filhos é um privilégio –as refeições de casais com filhos pequenos, por exemplo, podem ser bem caóticas e ter alguém por perto para ajudar é mais do que conveniente. No entanto, muitos casais têm contado com a presença das babás em tempo integral (ou quase).
Para Míriam Ribeiro de Faria Silveira, presidente do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), muitas pessoas não assumem que não gostam de dedicar cuidados aos filhos, como trocar fraldas, dar banho, alimentar e brincar. Aí inventam desculpas, como agenda cheia, cansaço e até falta de jeito, e repassam essas tarefas mesmo quando estão por perto.

"Os pais precisam entender que é por meio dessas interações que o desenvolvimento saudável acontece. Esses momentos são grandes oportunidades de trocas de amor e carinho que farão toda a diferença no futuro, inclusive na maneira de ser dos filhos na vida adulta e em como se comportarão no papel de pais", explica.

Míriam afirma que as diferentes formas de diversão são importantes. A criança deve brincar sozinha, com outras crianças, com os cuidadores (babás, avós, professores) e, principalmente, com os pais. "Brincar leva a criança a mostrar suas alegrias e dificuldades, é uma das melhores maneiras de conhecê-la", declara a pediatra.

Formação do vínculo

A interação constante das profissionais com as crianças interfere na formação do vínculo com os pais. Os laços que a criança cria com a babá serão muito mais intensos, dificultando o papel dos pais quando eles forem realmente fazer sua parte. "Por mais adequada e competente que a babá seja, a responsabilidade de cuidar e educar na maior parte do tempo deve ser dos pais. A criança espera que eles cuidem dela quando estão presentes, que brinquem, alimentem e deem banho”, diz a terapeuta familiar Roberta Palermo, autora do livro "Babá / Mãe – Perguntas e Respostas" (Mescla Editorial).


Se o cotidiano corrido não permite o tempo todo tal zelo, pelo menos aos sábados, domingos e feriados os adultos precisam dedicar maior atenção às crianças. Há o risco de os filhos se sentirem confusos e carentes, porque estranham o fato de que os pais, mesmo quando estão disponíveis para dar atenção, não o fazem.

Quem tem uma babá por perto o tempo todo acaba se acomodando. O ideal é que a babá ajude, principalmente, com as tarefas mais chatas. Ela pode encher a banheira e deixar tudo pronto para que a mãe ou o pai deem o banho. O mesmo vale para a alimentação: a profissional prepara as papinhas ou a refeição, mas os pais alimentam o filho.

Na opinião do pediatra Abelardo Bastos Pinto Jr., a babá pode ajudar em algumas circunstâncias que possam permitir também o lazer dos pais –uma festa ou um jantar em um restaurante, por exemplo. "Entretanto, delegar boa parte desse precioso tempo a elas pode provocar situações constrangedoras, como o fato de serem chamadas de mãe, pois estão desempenhando exatamente esse papel", diz o especialista, colaborador do livro "Filhos de 2 a 10 anos" (Ed. Manole), publicado como guia oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em 2011.

"É comum a mãe se queixar comigo que, ao buscar a criança na escola, ela corre para os braços da babá. Claro. Ela está cansada, com fome e quer brincar. Quem dá o colo, o banho? Quem alimenta? Quem brinca?", pergunta a terapeuta familiar Roberta Palermo.


Prejuízos futuros

Para o casal, ter uma pessoa que não é da família o tempo todo com os dois não só tira a privacidade como interfere na dinâmica familiar. "Na presença de um terceiro, nem sempre somos autênticos o suficiente e as crianças precisam conhecer seus pais", diz Míriam Silveira, da SPSP. É preciso ter em mente, ainda, que a babá, como qualquer profissional, pode um dia ter que se ausentar ou se demitir. Nos casos em que os pais delegaram a ela todos os cuidados, a criança pode sofrer muito com a falta dela e apresentar problemas emocionais como consequência.

"Os pais podem descobrir nessas ocasiões que seus filhos são verdadeiros desconhecidos e que perderam algo, muitas vezes, irrecuperável", diz Míriam. “O rompimento pode até favorecer aqueles pais que abriram mão do seu papel. Os que se mostrarem realmente interessados na formação de seus filhos serão capazes de compensar esse acontecimento", argumenta Abelardo Bastos Pinto Jr.
Quando a família troca de babá constantemente, a criança pode sentir insegurança, carência, abandono e apresentar baixo rendimento escolar. Na ausência de uma babá que realizava tudo, a criança sente uma perda muito grande. Por isso é fundamental que ela se despeça da cuidadora e entenda que não a verá mais. É muito inadequado mentir para a criança, dizer que a babá está de férias, por exemplo. Uma nova babá virá, entrará de férias e a criança achará que, mais uma vez, não vai voltar.
No futuro, os pais podem se ressentir ou se arrepender de terem participado pouco da infância de seus filhos. “Uma frase muito comum é ‘não vi meu filho crescer’. Se esse sentimento já aparece nos pais que participam de todas as tarefas, imagine nos ausentes. Dizem para si mesmos que tiveram que sair, que não deram conta, precisaram trabalhar, mas, muitas vezes, se acomodaram mesmo. Por maior que seja o cansaço e o estresse, tem de chegar em casa e cuidar de seus filhos, sim", afirma a terapeuta familiar Roberta Palermo.




Ter filhos é alternar o tempo todo sentimentos contraditórios, como amor incondicional e uma culpa atroz por achar, 24 horas por dia, que nunca está fazendo o bastante por eles. Alguns pais, em busca de objetivos que devem beneficiar as crianças –uma viagem de férias ou uma boa escola, por exemplo–, resolvem cortar supérfluos para economizar. Outros, diante de fatos inesperados como a perda de um emprego, se veem forçados a privar as crianças de brinquedos novos e passeios, até que as coisas se ajeitem.

Se tais circunstâncias são difíceis de aceitar até para um adulto, como mostrar a realidade à criança? Para a psicóloga Marilia Castello Branco, independentemente do caso, não dar tudo é uma das coisas mais importantes que os pais podem fazer por seus filhos. "Limitações são parte da existência e ajudam a amadurecer. Se uma criança tem todas as suas necessidades satisfeitas imediatamente, torna-se menos preparada para lidar com as frustrações que, inevitavelmente, a vida proporcionará", explica.

Para a psicóloga e pedagoga Elizabeth Monteiro, autora de "A Culpa É da Mãe" (Summus Editorial), é importante falar com os filhos sobre a situação financeira com honestidade. "Não tenha vergonha disso e nem o ensine a sentir vergonha de si mesmo. Mostre o quanto é duro conquistar as coisas e que não é possível levar a vida que muita gente leva", diz Monteiro. Segundo a psicóloga, os pais devem explicar aos filhos que, quando crescerem, poderão trabalhar e ter as coisas que, hoje, a família não pode ter. "É uma maneira de ensiná-lo a fazer projetos de vida”, explica a especialista.

Segundo Elizabeth Monteiro, a viagem, o intercâmbio, os brinquedos desejados e as festas são coisas a se conquistar –não julgue a si mesmo se, no momento, você não pode proporcioná-las. "Não minta, não engane nem prometa coisas que não estão ao seu alcance. Quando os pais estão seguros do que dizem e de como agem, a criança costuma aceitar com naturalidade”, diz a psicóloga. O mesmo vale para os planos: é fundamental compartilhá-los com os filhos, porque, para as crianças, a noção de futuro é complexa. Ao se sentir parte de um projeto, ela terá mais paciência para esperar por aquilo que quer. Ensiná-la a guardar moedas em um cofrinho é um bom começo.

Na opinião da psicóloga Maria Teresa Reginato, é comum, em nossa cultura, projetar nos filhos a realização de nossos desejos frustrados. Se a pessoa passou por dificuldades materiais, quer dar uma vida mais fácil para o filho; se teve pais excessivamente severos, será mais flexível com o filho, e assim por diante. "O equívoco está nessa projeção, porque a pessoa não está olhando para o filho, mas para ela mesma e seus desejos e necessidades frustrados", diz. Quanto às frustrações do adulto, Reginato orienta que ele as realize, como, por exemplo, sendo menos rígido com si mesmo apesar da educação severa que teve; ou menos complacente, caso tenha sido mimado.

Para a psicóloga Lizandra Arita, ter o desejo de oferecer o melhor ao filho é um posicionamento natural da parte de cada pai e mãe. O risco surge quando a dedicação ao filho rompe a linha da normalidade, ou seja, os pais se esforçam para corresponder a todos os seus desejos, sem impor condições ou limites para isso. "É muito importante que os pais tenham em mente que nem tudo o que o filho quer é o que ele realmente precisa. Permitir que a ansiedade e o sofrimento dominem seus sentimentos por causa de um pedido não correspondido é algo muito perigoso e deve ser observado com muita atenção", declara.

Tempo escasso

  • Thinkstock
    Trabalho impossibilita amamentação pelo tempo ideal e mães sofrem com pressão e culpa.

Muitos pais se martirizam por trabalhar demais e passar pouco tempo com os filhos. Para Ana Lúcia Gomes Castello, consultora de psicologia do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, a premissa de que qualidade é mais importante do que quantidade é, de fato, verdadeira. "Quando os pais conseguem ter qualidade na relação com os filhos, eles alimentam as necessidades deles e são mais felizes", diz. Ela conta que não são poucos os casos de mães que não trabalham e que acabam sufocando os filhos com cuidados e controle, prejudicando a relação. Muitas querem fazer tudo o que a criança deseja acabam prejudicando seu desenvolvimento emocional.
Para Paula Kioroglo, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, a qualidade do afeto é, sim, mais importante que a quantidade de tempo, mas isso não significa que pouco tempo pode ser compensado com muito afeto. "Alguns minutos de muito carinho não são suficientes. É necessário um período que permita que a criança conviva com os pais, receba atenção e limites e perceba amor nessas atitudes".
A também psicóloga Lizandra Arita diz que é importante observar que "qualidade de tempo" não significa apenas sentar ao lado do filho enquanto ele assiste a um filme e você lê uma revista. Também não significa levá-lo para a escola e, enquanto dirige, mantém a cabeça em diversas outras coisas, menos no passageiro em questão. "Estar junto fisicamente não representa estar junto de verdade. Por não saber distinguir uma coisa da outra, muitos pais acham que o simples fato de estar debaixo do mesmo teto é suficiente”, acusa. 

Dicas para enfrentar situações cruciais sem culpa

Não comprar presentes fora de datas comemorativas
Adiar a realização de um desejo e esperar uma data para ganhar o que se quer ensina a criança a valorizar conquistas. Se o fator financeiro não for o impedimento e você quer recompensar a criança por uma boa nota na escola, por exemplo, a sugestão da psicóloga Ana Lúcia Gomes Castello, do Hospital Infantil Sabará, é investir em itens como livros, quebra-cabeças e jogos de memória, que estimulam o desenvolvimento cognitivo da criança. Outra ideia é ensinar o filho a doar um brinquedo velho para cada item novo que recebe.

Não ter pique para brincar quando a criança está a mil
Adultos não precisam participar de todas as brincadeiras da criança. Ela precisa ser capaz de brincar sozinha e ter espaço com outras crianças para realizar brincadeiras mais ativas e energéticas. O tempo com os pais pode ser usado para outro tipo de atividades, que deem prazer a ambos, como leitura, contar histórias, jogos, desenhos, conversas. "Se estiver muito cansado, encare esse momento como uma ginástica; no fim, em geral, ficamos mais energizados, porque uma parte bastante significativa do cansaço é tensão. Brincar pode ajudar a relaxar", diz a psicóloga Maria Teresa Reginato. "Você vai dormir melhor e sem culpa; e a criança, menos carente, vai exigir menos."

Não ter condições de fazer uma viagem bacana todo ano
Primeiro avalie: essa é uma necessidade real da criança ou sua? O que é uma viagem bacana para você? Você já experimentou fazer um piquenique diferente em um parque, em uma tarde de sábado? Já pediu para seus filhos lavarem o carro ou até um tapete da casa e, no final, se deliciaram com um banho de mangueira? Brincou de esconde-esconde com o seu filho na garagem do seu prédio ou na rua da sua casa? "Faça isso e depois reflita se o que é mais importante é uma viagem ou os momentos descontraídos em família", desafia a psicóloga Lizandra Arita. E tudo isso sem se estressar com a fatura do cartão de crédito.

Ficar pouco tempo com as crianças durante a semana por causa do trabalho
É importante deixar claro para o filho que os pais não podem estar disponíveis o tempo todo, que o trabalho é importante e que a criança também tem seus momentos longe de casa, na escola. No tempo livre é preciso dar prioridade a bons momentos com as crianças. Mas, se a sua rotina de trabalho proporciona muito pouco espaço para estar com os filhos, talvez seja interessante rever isso, pensar no que pode ser mudado. Para Maria Teresa Reginato, estar fora o dia todo não significa estar ausente. "Telefonar para saber como está o dia da criança é uma maneira de mostrar que ela não sai de seu pensamento. Seu filho vai sentir seu afeto, principalmente se você ligar porque queria mesmo estar com ele, e não por culpa."

Escolher uma escola que não é a ideal, no seu ponto de vista
Em alguns casos não é o fator financeiro que conta. Entre uma escola ideal que fica longe, e uma boa e mais próxima de casa, a segunda tende a ser a escolhida. "A melhor escola é aquela que cabe no seu bolso, que está perto de sua casa, que atende às suas necessidades e às necessidades do seu filho. Às vezes, são necessárias escolas diferentes para cada filho, pois eles são diferentes e não se deve tratá-los da mesma forma", diz a psicóloga Elizabeth Monteiro. E nem sempre a melhor escola é o mais importante para uma formação. Os pais podem compensar uma escola não tão boa com atividades culturais em família: passeios, viagens, visitas a museus, leituras e filmes.

Ouvir a criança comentar que o tênis ou o brinquedo do amigo é melhor
Segundo Maria Teresa Reginato, as crianças absorvem tudo o que veem. "Assim, não são as crianças que comparam. Nós, adultos, é que comparamos, eles apenas imitam. Precisamos ser capazes de dizer: ‘aqui em casa nós achamos importante isso’ ou ‘nós decidimos que tem mais valor aquilo’. Sempre é bom ter em mente que a criança chega ao mundo sem saber se nasceu em um lar rico ou pobre. Ela aprende a querer o que os pais querem", declara.

Trabalho impossibilita amamentação pelo tempo ideal e mães sofrem com pressão e culpa

O dogma da amamentação esteja criando um sentimento de culpa injusto e graves dificuldades para um número crescente de novas mães, muitas das quais não podem arcar, profissional ou financeiramente, com as licenças-maternidade prolongadas necessárias para amamentar no peito seus filhos pelo período atualmente recomendado.
Há 43 anos, quando meus gêmeos nasceram, a pressão para amamentar exclusivamente no peito por seis meses não era tão grande quanto é hoje. Todavia, eu senti que os decepcionei –e a mim mesma– porque isso foi impossível. Eu esperava alimentá-los apenas com leite materno pelos seis meses de licença maternidade concedidos pelo meu emprego. Mas a natureza tinha um plano diferente.

Aos sete meses de gravidez, eu soube que teria gêmeos e meu médico ordenou que eu parasse de trabalhar, para evitar um parto precoce. Os meninos nasceram por cesariana, cada um com três quilos. Mas eu tive uma infecção perigosa após a cirurgia. Sustentada por soro por oito dias, eu fui isolada dos bebês; meu leite era extraído e eles mamavam fórmula infantil.

Quando finalmente deixamos o hospital, cada menino tomava 100 gramas de fórmula a cada quatro horas, e eu produzia menos da metade disso em leite materno. Meus médicos davam orientações contraditórias. O obstetra dizia para eu amamentar que, assim, o leite viria. Ele afirmava que, se eu desse a mamadeira, eles deixariam de mamar no peito. O pediatra mandava abandonar a amamentação no peito e dar fórmula, ou eles ficariam com fome e iriam chorar a cada duas horas. Pior que isso, iriam perder peso.

Depois de chorar muito, decidi mesclar os dois conselhos: primeiro amamentava os bebês no peito, e completava cada amamentação com fórmula. Os meninos foram perdendo gradualmente a dependência da mamadeira. Mas quando completaram quatro meses, minha licença acabou e tive que voltar ao trabalho, a uma hora de distância de casa, em um escritório sem creche local, nem um lugar onde pudesse tirar leite.

Uma barreira intransponível
Muito mais mulheres agora trabalham em tempo integral, a maioria em lugares que não podem acomodar uma mãe amamentando no peito. Poucas podem arcar com uma licença maternidade prolongada sem remuneração. Como Alissa Quart nota no artigo “A Guerra do Leite”, publicado recentemente no “New York Times”, muitas novas mães consideram difícil, se não impossível, alimentar seus bebês apenas com leite materno por seis meses.

As autoridades de saúde comparam o fracasso de amamentar no peito ao risco de fumar durante a gravidez, o que aumenta a angústia e a culpa dessas mulheres.

Mas como mostrou um recente estudo na Escócia, a diferença entre o que é ideal e o que é real é impossível de ser superada por muitas famílias. Os autores, que realizaram 220 entrevistas pessoais, a maioria com mulheres grávidas, novas mães e seus parceiros, concluíram que metas mais realistas e viáveis devem ser estabelecidas, particularmente em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, que até o momento não conseguiram atingir as metas para aleitamento materno.

Hanna Rosin, mãe de três bebês alimentados com leite materno, escreveu no “The Atlantic”, um jornal norte-americano, em 2009, que o aleitamento materno envolve “uma dedicação séria de tempo que basicamente te proíbe de trabalhar. Quando as pessoas dizem que a amamentação no peito é 'gratuita’, ela é apenas gratuita se o tempo da mulher não valer nada”.

Os pesquisadores escoceses, cujo estudo foi publicado em março na revista “BMJ Open”, uma publicação online especializada em pesquisa médica, concluíram que há um “choque entre o idealismo aberto ou secreto da amamentação do bebê e a realidade experimentada”. "Algumas famílias", eles apontaram, “percebem que a única solução que devolverá o bem-estar aos pais e ao bebê é deixar de amamentar ou introduzir alimentação sólida”.

Até mesmo as mães que planejavam se dedicar à amamentação no peito frequentemente têm dificuldades com o tempo necessário para voltarem às suas vidas pré-gravidez, incluindo sono, exercício, amizades, vida conjugal, atenção aos outros filhos e até mesmo o trabalho doméstico.

Pode haver pouco benefício no aleitamento materno se ele resultar em mães aflitas ou discórdia conjugal ou familiar. Como uma mulher no estudo escocês disse, “tudo parece ser, ‘não faça nada que interfira na amamentação no peito’. Mas isso não se encaixa no restante de sua vida, e acho que as pessoas simplesmente desistem porque é difícil demais”.

Em alguns casos de amamentação exclusiva no peito, o parceiro da mulher e outros filhos se sentem excluídos dos cuidados com o bebê e do laço que se forma ao alimentá-lo. Uma mulher no estudo disse sobre seu parceiro, “eu acho que ele está realmente contente de poder dar a mamadeira ao bebê; é o momento deles sentarem juntos e relaxar”.

Os autores concluíram que “seis meses de amamentação exclusiva no peito é considerado irrealista e inviável para muitas famílias, e promover isso é visto como conduzir os pais a um fracasso”.

Eles recomendaram que, em vez de ditar como os bebês são alimentados, os profissionais de saúde deveriam discutir abertamente com as famílias e definir um determinado regime de alimentação que se encaixe na vida familiar.

Evidência incerta
Algumas mães no estudo escocês se ressentiam da “propaganda” promovendo o aleitamento materno, chamando a mensagem de que “o peito é melhor” excessiva e questionando a evidência de que o aleitamento materno exclusivo por seis meses reduz o risco do bebê de sofrer com alergias, asma, eczema, infecções de ouvido, obesidade, diabete, doença cardíaca, morte súbita infantil e inteligência reduzida, assim como protege as mães de câncer de mama.

Há evidências apoiando essas afirmações, mas nenhum teste controlado –o padrão ouro da pesquisa científica– provou que os bebês alimentados com leite materno se saem melhor, ao menos nos países industrializados.

Os bebês que são alimentados exclusivamente no peito por seis meses geralmente vêm de famílias que divergem de muitas formas daquelas desmamadas cedo ou alimentadas com fórmula desde o inicio. (É claro, bebês alimentados exclusivamente com leite materno se saem melhor em áreas menos desenvolvidas, onde a fórmula pode ser preparada com água contaminada ou a pobreza leva as mães a serem econômicas em seu uso.)

Quanto aos anticorpos que protegem os bebês no início da vida, a maioria é adquirida por meio da placenta durante a gravidez. As principais exceções são os anticorpos contra infecções gastrointestinais (vômitos e diarreia); esses anticorpos são transferidos para o sistema digestivo do bebê por meio do leite materno, mas não pela fórmula.

Com base em sua revisão das evidências médicas, Rosin, em seu artigo no “The Atlantic”, escreve, “isso mostra que o aleitamento materno provavelmente seja, talvez, um pouco melhor, mas está longe da enxurrada de evidência” que é promovida na literatura popular.

“No geral”, ela conclui, “o peito provavelmente é melhor, mas não tão melhor a ponto de a fórmula merecer o rótulo de ‘ameaça à saúde pública’, juntamente com o fumo”.

Talvez seja hora de mensagens mais realistas e menos polarizantes, sobre o aleitamento materno.

Todo brinquedo pode ser educativo; veja os mais adequados para crianças de até nove anos

Bloquinhos de madeira, fantoches de pano, peças com formato de letras. Afinal, brinquedos vendidos como educativos educam de fato? Para especialistas ouvidos pelo UOL Gravidez e Filhos, sim, mas com uma ressalva significativa: qualquer brinquedo pode ser educativo –seja ele projetado com essa intenção ou não.

"O que ficou conceituado no mercado como educativo é o brinquedo com objetivo de desenvolver algumas habilidades ou conhecimentos específicos, o que não quer dizer que outros brinquedos não façam a mesma coisa", afirma Maria Ângela Barbato, do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
Mesmo o mais banal dos bonecos pode ajudar a desenvolver as mesmas capacidades do que um brinquedo com rótulo de educativo. "Quando uma criança tenta abotoar a blusa ou calçar o sapato em uma boneca, por exemplo, ela trabalha a coordenação motora fina. Fora isso, quando combina suas roupinhas de várias maneiras, intuitivamente, faz análise combinatória. Conteúdo que o adolescente só vai estudar no ensino médio", diz Maria Ângela.

AJUDE SEU FILHO A BRINCAR MELHOR

Quem escolhe é a criança
Entenda o que estimula seu filho e esqueça a vontade de comprar brinquedos que você sempre quis.

Uso variadoUm brinquedo não precisa ter uma função específica, por isso não se decepcione se seu filho começar a empilhar aquele quebra-cabeça  incrível que você comprou.

Opções
Não ofereça muitos brinquedos ao mesmo tempo. Segundo Quézia Bombonatto, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), a criança pode enjoar dos objetos antes de buscar novas formas de explorá-los.

Novas aquisições
“É importante a família se questionar se está comprando novos brinquedos para desenvolver as habilidades da criança ou incentivando o comprar por comprar”, fala Quézia.

Diversão eletrônica
Para a especialista, o problema não é a criança brincar com o videogame, mas “apenas” com ele.
Já um brinquedo educativo com possibilidades de manipulação muito definidas pode não interessar à criança. "Quando muito diretivo, fechado, ele engessa a criatividade, que é uma capacidade ligada à liberdade de explorar, sem conceito de certo e de errado. A brincadeira mais valiosa é a livre, a espontânea", diz Vera Barros de Oliveira, presidente da ABBri (Associação Brasileira de Brinquedotecas) e uma das organizadoras do livro "Brincar É Saúde: O Lúdico como Estratégia Preventiva" (Editora WAK) .
O importante, portanto, é brincar. "A brincadeira é indispensável para que a criança se desenvolva de forma afetivo-emocional, social, cognitiva e motora. É fundamental para que ela se torne um adulto capaz de amar e de trabalhar", diz Vera.

Nada de aula

Os brinquedos desenvolvidos para facilitar o ensino surgiram na década de 1980 a partir do pressuposto de que era possível ensinar brincando. Princípio com o qual a psicóloga Paula Birchal, professora da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Minas Gerais, não concorda. "Para mim, é contraditório. Um objeto vira brinquedo a partir da função que a criança dá a ele. Quando passa a ser utilizado intencionalmente como meio de aprendizagem, perde a função de brincar pelo prazer de brincar", afirma. Na visão da especialista, o brinquedo se torna apenas uma metodologia de ensino um pouco mais palatável.

O desenvolvimento da criança e de seus brinquedos

Movimentos e sentidosaté 18 meses
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No início da vida, o maior brinquedo da criança é seu corpo. Em seu primeiro mês, a percepção visual do bebê só é boa de perto e ele pouco faz além do movimento de sucção. A partir do terceiro mês, começa a sugar os próprios dedos, a rir, a olhar as próprias mãos e a seguir as pessoas com os olhos. Move a cabeça, balança os braços, chuta o ar com o movimento que usará para, no futuro, andar, mexe o tronco, vira o corpo. Nessa fase, a criança pode se interessar por móbiles no berço.

Por volta do quinto mês, ela começa a agir diretamente sobre os objetos. Conforme desenvolver o movimento de pegar e largar, o bebê vai se divertir com objetos como o chocalho.
Mas a criança não quer apenas se movimentar. Quer explorar o mundo com todos os sentidos. Gosta de sentir a textura de bonecos de tecido e de pelúcia, colocar mordedores na boca –a partir do 10º mês, o bebê vai adorar morder coisas–, apertar brinquedos de guizo e demais objetos que produzam sons, desde que não sejam estridentes.
Quando já conseguir se sentar, vai ser a vez de brincar com objetos de encaixe simples e argolas empilháveis. E não demorará para que comece a engatinhar e a ensaiar os primeiros passos. Nesse momento, a criança se diverte com brinquedos que possa empurrar e puxar –como carrinho de boneca e andador–, além de bolas, túneis de tecido e objetos que possa levar ou jogar de um canto para o outro.
Espaço e imaginaçãode 18 a 36 meses
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Agora que a criança já consegue andar, ela quer explorar o espaço. Por isso, passa a se interessar por triciclos ou carrinhos grandes de puxar, bolas de borracha e brinquedos infláveis.
Uma brincadeira nova entra em cena: o faz-de- conta. Seja menino ou menina, a criança gosta de imitar o que vê: brinca de casinha com réplicas de móveis, utensílios domésticos, fantasias e bonecos.

A coordenação motora também está mais afinada após o 18º mês de vida. Por isso, a criança pode usar brinquedos de montar e de desmontar mais complexos, como blocos de tamanhos e formas diferentes e quebra-cabeças simples. Instrumentos musicais também se tornam interessantes.
Fantasiade 3 a 6 anos
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Agora, o faz-de-conta ganha novas proporções. Não se trata mais de imitar, mas de criar. Surgem o teatrinho e a brincadeira com profissões. Aqui, o brinquedo deve ajudar a explorar essa criatividade, como cidadezinhas, fortes, circos, fazendas, fantoches e bonecos. Para essa faixa etária, bloquinhos de construção, que possa montar e desmontar, são bastante interessantes.
“Muitos pais compram brinquedos caros que a criança não pode estragar”, diz Quézia Bombonatto, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia). A especialista fala, no entanto, que não há mal no ato se ela agir por curiosidade. “Já se destruir o brinquedo simplesmente por destruir, os pais devem questionar por que ela faz isso.”
Nessa época, a criança também entra na fase de pré-alfabetização. Com carimbos, giz de cera e lápis grossos, começa a trazer suas fantasias para o papel. Também se interessa por jogos de tabuleiro e de memória, quebra-cabeças simples de pinos, dominós e livrinhos.
O gosto pelo movimento permanece. O brincar ao ar livre pode ser explorado com equipamentos de ginástica, triciclo e bicicleta com rodinhas
Competição e escolade 6 a 9 anos
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Agora vem a fase dos jogos para valer. A criança já é capaz de lidar com regras e por isso está apta a praticar esportes como futsal e tênis de mesa, a jogar bolinhas de gude, jogos de tabuleiro. Bicicleta, patins, patinete, pernas-de-pau e outros brinquedos do gênero servem agora não apenas para explorar o movimento, mas também para estabelecer competições.
Conforme a criança entra em fase escolar, surge o grande filão de jogos considerados educativos, direcionados a conceitos específicos, como os que permitem formar palavras e manejar dinheiro.

Fonte: Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos)


Elimine as mosquinhas de banheiro apenas com limpeza





As mosquinhas de banheiro (também conhecidas como mosca dos filtros ou mosca dos ralos) são mais próximas dos mosquitos do que das moscas propriamente ditas e pertencem a famíliaPsychodidae.
Segundo Francisco José Zorzenon, diretor técnico da Unidade Laboratorial de Referência em Pragas Urbanas do Instituto Biológico, as principais espécies são do gênero Psycoda, sendo as mais comuns: Psychoda alternata, P. cinerea, P. satchelli, além da espécie Telmatoscopus albipunctatus.Os adultos, muito pequenos (cerca de 2 mm), possuem corpo robusto com muitas cerdas, asas recobertas por densa pilosidade, aspecto semelhante a uma pequena mariposa e coloração variando entre o marrom claro e cinza.

Esses insetos tem hábitos noturnos: as fêmeas botam grupos de 10 a 200 ovos, com eclosão entre 32 a 48 horas. Ovos, larva e pupas são encontrados em locais úmidos, junto a películas orgânicas (formadas por resíduos da descamação natural da pele, cabelos, pelos, fungos, etc.) presentes em banheiros e cozinhas, em ralos, canos de esgoto, junções de vasos sanitários e boxes de banheiro, frestas de azulejos e paredes.

O ciclo da larva é de aproximadamente 9 a 15 dias e o da pupa em torno de 20 a 40 horas. O processo do ovo ao inseto adulto leva aproximadamente duas semanas, dependendo das condições ambientais e de disponibilidade de alimento. “Os adultos fazem voos irregulares e de autonomia reduzida, permanecendo nas proximidades de ralos e paredes, junto à umidade de banheiros e cozinhas”, explica Zorzenon. Vivem nesta fase cerca de 15 dias.


Prevenção

Apesar de pertencerem à mesma família dos mosquitos palha (transmissores da leishmaniose ou úlcera de bauru) as mosquinhas não são transmissoras de doenças. No entanto causam grande incômodo pela simples presença ou levam a entomofobia (pavor de insetos). Se você não quer ter essas moscas voando em seu banheiro, mantenha o local sempre muito limpo. Isso quer dizer lavar bordas de ralos, com uma escovinha, secar o piso após o uso (banhos, etc.) e estancar possíveis infiltrações em pias e vasos sanitários. “Sem água e alimento os insetos proliferam com maior dificuldade”, finaliza o pesquisador.


Combate

No caso dessas moscas a prevenção ainda é a melhor medida. No entanto, se elas já apareceram, Zorzenon recomenda uma limpeza mais pesada com água sanitária ou produto que contenha cloro em sua fórmula, principalmente nos locais onde o inseto possa se desenvolver, tais como frestas, canaletas de boxes junto ao piso, ralos e qualquer lugar onde haja acúmulo de umidade ou água.

Também é indicado manter azulejos, pisos e vasos sanitários com rejuntes e ligações em dia. O uso de inseticidas comuns é dispensável, pois os produtos no mercado eliminam apenas os insetos adultos e não ovos ou larvas. No caso de infestações severas, a contratação de empresa controladora de pragas urbanas ainda é a solução.

Formigas, como controlar e combater esses insetos


Infelizmente, não são somente essas espécies que atacam nossas residências, lojas ou escritórios. Nos grandes centros, podemos citar a disseminação de mais dois pequenos e insidiosos bichinhos: as formigas e as moscas de banheiro.

As formigas atacam locais com maior concentração de alimento, como a cozinha, enquanto que as mosquinhas dão preferência aos banheiros e ralos. Ambas são pequenas, fáceis de achar, mas difíceis de matar – ou controlar. 


Formigas em toda parte
A pesquisadora Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos, do Instituto Biológico de São Paulo, explica que são cerca de trinta as espécies de formigas presentes nas cidades e consideradas pragas urbanas. Todas pertencentes à família Formicidae e, a maioria, pequenin - de 2 a 4 mm -, d’entre as quais se destacam a formiga louca (Paratrechina longicornis), a cabeçuda (Pheidole spp.), a carpinteira (Camponotusspp.) e - mais comumente nos quintais, praças e parques - as lava-pés (Solenopsis sp).

No entanto, é provável que a variedade que ataque seu açucareiro seja a Tapinoma melanocephalum, mais conhecida como “fantasma”: miniformigas que surgem “do nada” e são encontradas nos lugares mais improváveis, como um bule de café. “Essas formigas são muito pequenas, medem cerca de 1,5 mm de comprimento, com pernas, abdome e antenas amareladas, e cabeça e tórax escuros”, explica Carvalho Campos. Persistentes, esses insetos são atraídos por todo tipo de alimento sendo que um grande número de operárias é recrutado para tal fim.

Segundo a pesquisadora, as “fantasmas” podem viver em qualquer lugar da casa, ocupando espaços como rachaduras nas paredes, frestas, pedaços ocos de portas e até mesmo equipamentos eletrônicos. Geralmente, o foco de origem é algum objeto ou vaso que contenha um ninho ou – nos casos de apartamentos ou casas geminadas – os conduítes de eletricidade, que servem como corredores entre as unidades habitacionais.

De acordo com a Dra. Priscila Cintra Socolowski, do Controle de Animais Sinantrópicos do Hospital das Clínicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) de Botucatu, as características biológicas básicas de qualquer destas espécies citadas, as “tramp species” (formigas andarilhas) são: a convivência em íntima associação com o homem; a coexistência - no mesmo ninho - de várias gerações; migração periódica de posicionamento do ninho e a presença de muitas rainhas em uma mesma comunidade (até 200, dependendo da espécie).


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O primeiro passo para prevenir o aparecimento de formigas nas residências é a correta manutenção dos pisos, paredes e armários da casa. Rachaduras em azulejos, fissuras e trincas em paredes, buracos ou falta dos rejuntes, armários antigos e guarnições que detenham orifícios são potenciais locais de nidificação (formação de ninhos).
O ambiente também deve ser mantido limpo, o lixo coletado frequentemente, a louça lavada e substâncias atrativas como açúcar e doces devem ser mantidas em recipientes fechados – de preferência hermeticamente - ou acondicionadas em geladeira. A maior prevenção é eliminar o alimento à disposição para as formigas, explica a pesquisadora Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos.
Outra recomendação - dada tanto por Carvalho Campos, quanto pela Dra. Priscila Cintra Socolowski - é uso de substâncias naturais reconhecidamente repelentes de formigas como folhas de louro, salsinha, cascas de tangerina, cravo-da-índia e canela, que podem ser utilizadas dentro de armários e gavetas e trocadas a cada duas semanas, para não perderem o efeito.

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As formigas não transmitem doenças, embora possam carregar no seu corpo microrganismos patogênicos que causam infecções. Segundo a pesquisadora Priscila Cintra Socolowski - que trabalha exatamente no controle desses insetos em hospitais - a contaminação via formigas é  isolada: “por exemplo, a infecção hospitalar se dá por contato e, uma vez que as bactérias não ‘voam’, formigas – e seus germes - teriam que tocar diretamente uma ferida descoberta de um paciente e o enfermo teria que ser susceptível à infecção causada por aquele germe”, explica.
 No entanto, de acordo com a pesquisadora Ana Eugênia de Carvalho Campos, algumas espécies provocam dor ao ferroar, caso das formigas lava-pés ou variedades caçadoras, pertencentes ao grupo das Poneromorfas, presentes em parques e jardins, como as dos gêneros Pachycondyla e Odontomachus.
“As espécies de Poneromorfas que ocorrem na área urbana geralmente são grandes, atingindo 1,5 cm de comprimento”, esclarece Carvalho Campos. Ferroadas de formigas lava-pés e caçadoras, além de doloridas, podem causar alergias severas em pessoas sensíveis ao veneno e casos de choque anafilático, principalmente entre crianças e idosos.
Dentro das residências, as formiguinhas causam incomodo e provocam danos em geladeiras, fornos, aparelhos de som, televisores, microcomputadores e aparelhos de DVD. “Os ninhos presentes nestes eletrodomésticos produzem umidade, com a presença de larvas e operárias jovens, além de substâncias que provocam corrosão e podem levar a curtos-circuitos”, esclarece Socolowski.
No caso dos insetos do gênero Camponotus, conhecido popularmente por formigas carpinteiras, os danos são estruturais em peças de madeiramento ou eletrodomésticos. Estas são formigas noturnas, um pouco maiores que as “fantasmas” e de coloração preta ou amarelada.
  • Antônio Gaudério/Folhapress
Na hora de acabar com esses pequenos andarilhos, Socolowski chama a atenção para erros comuns que tendem a ocasionar o aumento dos ninhos espalhados pela casa.  Os inseticidas comuns ao invés de resolverem o problema simplesmente afastam as colônias para outros pontos da casa.  “As comunidades se fragmentam (subdividem) em grupos e migram para outros locais”, enfatiza.
Por essa mesma razão o controle em edifícios é mais complexo: os ninhos são difíceis de localizar – é comum haver vários deles em uma mesma área - as reinfestações são constantes e, por incrível que pareça, esses pequenos bichinhos se adaptam facilmente aos hábitos humanos.
Segundo Carvalho Campos, uma maneira de eliminar grande parte das espécies presentes nas residências são as iscas para formigas urbanas, chamadas iscas formicidas, encontradas em grandes supermercados, casas de bricolagem e outros estabelecimentos. É importante verificar se o produto possui registro no Ministério da Saúde e seguir criteriosamente as instruções contidas na embalagem, bem como manter as iscas fora do alcance de crianças e animais domésticos.
Além das iscas, a pesquisadora indica a utilização de uma solução de água com detergente (1:1) que pode ser injetada, com o auxílio de uma seringa, nos orifícios da parede ou azulejo por onde as formigas entram e saem. “Esse procedimento deve ser feito sempre que esses insetos forem observados”, orienta a pesquisadora.
No entanto, todas essas ações não exterminam para sempre as formigas e, sim, controlam as colônias. Quando um ninho for exterminado, outro poderá utilizar aquele mesmo local para moradia, (de uma mesma espécie de formiga ou de uma nova), ocasionando uma reinfestação.  “Novas infestações sempre podem ocorrer, vindas de um ninho escondido no mesmo ambiente, vindas do vizinho ou mesmo por introdução acidental, de algum objeto adquirido que abrigue formigas”, argumenta Carvalho Campos.