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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Excesso de transpiração? Veja como tratar o problema

Além do constrangimento de ficar com as roupas molhadas, a hiperidrose afeta a atividade profissional: portadores podem não conseguir nem segurar uma caneta por causa do excesso de suor nas mãos.

 

Situações de medo ou estresse podem fazer uma pessoa suar demais. Mas a transpiração, fenômeno tão corriqueiro no nosso corpo, extrapola os estudos médicos e é alvo de pesquisas constantes nas indústrias de cosméticos e no setor têxtil.
Embora o nível de sudorese varie de uma pessoa para outra, transpirar num ambiente de pouco calor ou sem fazer esforço físico pode ser um sinal de que algo está errado.

FUNÇÃO DO SUOR

A transpiração tem a missão de controlar a temperatura do corpo e manter a pele hidratada. Além de água e gordura, sais minerais e ácido úrico são eliminados pelo suor, como um recurso do organismo para se livrar de substâncias tóxicas. As glândulas sudoríparas se concentram principalmente nas mãos, nos pés, nas axilas e na virilha.
Um dos principais responsáveis pelo excesso de suor é um distúrbio chamado hiperidrose. “É uma desordem caracterizada por suor excessivo, geralmente nas mãos, nos pés e nas axilas, mas que também pode se manifestar na face e no couro cabeludo. É acompanhada de rubor facial, sentimento de embaraço e, frequentemente, de uma vontade forte de escapar daquela situação, o que chamamos de fobia social”, afirma Jose Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein.

Um dos principais responsáveis pelo excesso de suor é um distúrbio chamado hiperidrose. “É uma desordem caracterizada por suor excessivo, geralmente nas mãos, nos pés e nas axilas, mas que também pode se manifestar na face e no couro cabeludo. É acompanhada de rubor facial, sentimento de embaraço e, frequentemente, de uma vontade forte de escapar daquela situação, o que chamamos de fobia social”, afirma Jose Ribas Milanez de Campos, cirurgião torácico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Não se conhece as causas da hiperidrose, mas sabe-se que, durante este quadro, aumenta a atividade do sistema nervoso autônomo - aquele responsável pela respiração e pelos batimentos cardíacos, que ocorrem sem o nosso controle.


Tratamentos possíveis

 Além do constrangimento de ficar com as roupas molhadas ou o rosto pingando, o distúrbio afeta as atividades profissionais. Muitos portadores não conseguem segurar canetas ou equipamentos por conta do suor demasiado das mãos.

Uma das linhas de tratamento mais recentes da hiperidrose envolve a aplicação de doses baixas de um medicamento da classe dos anticolinérgicos, também usados para diminuir espasmos musculares ou controlar incontinência urinária. “Apresenta sucesso terapêutico em até 75% dos casos”, afirma Campos.

Já a dermatologista Carla Bortoloto, do Instituto de Pesquisa e Tratamento do Cabelo e da Pele, aponta que a aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos.

A aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos



“A aplicação é feita no local da sudorese excessiva uma vez por ano ou a cada um ano e meio. O resultado é mantido durante todo este tempo. Não tem efeitos colaterais nem exige tratamento tópico”, descreve. O único obstáculo é o preço. Cada aplicação não custa menos que R$ 2.000, segundo a médica.
Medicamentos que contêm hidróxido de alumínio também são indicados por especialistas. Mas demoram para apresentar resultados – em geral somente após 90 dias – e surtem efeito apenas em 10% a 20% dos casos.
  • A aplicação da toxina botulínica, conhecida popularmente como “botox” nos tratamentos estéticos, chega a ser eficaz em 90% dos casos
Hipertireoidismo e outras disfunções hormonais ou metabólicas também afetam o nível de transpiração do organismo.

Mitos comuns

A dermatologista Carla Bortoloto desfaz alguns mitos neste campo. O primeiro: o odor desagradável, principalmente nas axilas, não está necessariamente associado à transpiração excessiva. “Ele ocorre por uma alteração no PH [acidez] da pele, que acaba aumentando a proliferação de bactérias e fungos”, esclarece.

O segundo é que, ao contrário do que faz a maioria das pessoas, lavar excessivamente ou usar mais sabonete ou desodorante, além de não resolver, piora o problema, pois traumatiza a região. “É preciso tratá-la com medicamentos de uso tópico, ou seja, pomadas e cremes antibióticos ou antifúngicos ou, ainda, desodorantes manipulados”.
Outro mito muito propagado é o de que homens transpiram mais que mulheres, porém, não há nenhum dado que comprove isso.

Entre as soluções caseiras populares, a única que a dermatologista diz funcionar é o uso do leite de magnésia no local, pois o produto contém hidróxido de alumínio, que melhora a acidez da cútis.

Alimentos condimentados

Também é preciso tomar cuidado com a alimentação, que pode alterar o odor do suor. O alho e a cebola costumam acentuar o cheiro desagradável, de acordo com a especialista.

  

O dermatologista Murilo Drummond, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, acrescenta que alimentos muito condimentados podem estimular uma maior sudorese. “Normalmente, a transpiração não envolve alimentos e bebidas, desde que não haja um excesso de substâncias indesejáveis a serem eliminadas nesse processo”, observa.

Tudo isso é levado em consideração pelos fabricantes de cosméticos. “Cada pessoa tem o seu próprio cheiro, que varia de acordo com a dieta alimentar, o hábito de fumar ou de beber, o uso de medicamentos, o tipo de pele e a própria transpiração. Assim, as fragrâncias podem proporcionar características únicas, o que explica por que o mesmo perfume pode ser distinto em pessoas diferentes", relata Marselha Tinelli, gerente de Perfumaria de O Boticário.

Já as formulações dos desodorantes são desenvolvidas para atender tanto as preferências do consumidor no tocante à aplicação (por isso os formatos em aerossol, creme e roll-on), quanto aos diferentes níveis de sudorese das pessoas.

Por isso, os fabricantes utilizam diversos tipos e concentrações de ativos antitranspirantes, além de outras tecnologias que consideram a diversidade de quem usa os produtos, segundo a gerente de desenvolvimento de fórmula de desodorante da Natura, Elisangela Gama.


  • Segundo especialistas, não há comprovação de que homens transpirem mais que mulheres





Tecidos inteligentes também ajudam em casos de transpiração excessiva.


Roupa esportiva produzida pelo "fio inteligente" Emana, da Rhodia: seca rápido e traz conforto ao corpo.
 
 
Roupa molhada de suor é desagradável tanto para o corpo quanto para os olhos. O dermatologista Marcelo Drummond lembra que tecidos de algodão "sugam o suor" e permitem que haja um controle saudável da temperatura corporal, evitando obstruir a eliminação de água do organismo.

Porém, os fabricantes buscam desenvolver tecidos que tragam cada vez mais conforto nesse sentido. Para isso, levam em consideração fios e tramas que absorvam a transpiração, promovam a transferência da umidade do corpo para o ambiente e sequem rapidamente.
São os chamados tecidos inteligentes ou tecnológicos, pensados e desenvolvidos, entre outros motivos, para potencializar os benefícios das atividades físicas e minimizar os seus possíveis inconvenientes como a transpiração.

Nas atividades esportivas, o conforto relacionado à temperatura corporal e, consequentemente, à transpiração, é fundamental, uma vez que afeta o desempenho tanto de praticantes comuns quanto de atletas.

“Atualmente, com o forte crescimento da indústria de desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao vestuário para a prática esportiva, o atleta pode se beneficiar com tecidos leves que facilitam a evaporação do suor”, diz Carla Amado, gerente de Women’s Training da Adidas.

Essas tecnologias também se estendem aos calçados da marca, reduzindo, em média, 20% da umidade no interior do tênis e 10% da temperatura dos pés. As tramas abertas, como um tricô, são igualmente utilizadas em calçados da Nike.


Os microcanais do fio Coolmax da Invista conduzem a transpiração para o lado externo do tecido, fazendo com que seque rapidamente


Rochas moídas

As últimas tendências nesta área apontam para o uso de minerais, ou seja, rochas moídas, nos tecidos, para manter o corpo aquecido, mas, ao mesmo tempo, trazer uma sensação de frescor ao esportista, segundo Amado.

Já a fabricante de tecidos Invista usa a tecnologia de microcanais nos fios, igualmente com o objetivo de gerenciar a umidade do corpo, mantendo-o enxuto ao evaporar o suor e fazer o tecido secar rapidamente.

Os praticantes de esportes na neve, como esqui e snowboard, também precisam tomar um cuidado especial relacionado à transpiração, que ocorre mesmo que as temperaturas estejam abaixo de zero.

Pedro Cavazzoni, superintendente técnico da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, recomenda a chamada vestimenta em camadas. A primeira deve ser formada por roupas térmicas, bem coladas ao corpo e que absorvem o suor. A segunda, por peças de material sintético ou de lã, que protegem da umidade e do frio. Sobre elas, jaquetas e calças impermeáveis. Por fim, dois pares de meias: primeiro as de algodão, justamente para absorver a transpiração e, sobre estas, as sintéticas ou de lã.


No dia a dia

Enquanto estes novos produtos não chegam às confecções de roupas para o dia a dia, Elizabeth Haidar, gerente de Marketing da Rhodia, dá dicas para a escolha dos tecidos em geral: “O ideal é usar produtos de poliamida (o popular nylon), que têm uma boa absorção da umidade e secam facilmente. Portanto, uma dica é verificar se há este componente na etiqueta da roupa" - conta ela.
Além disso, ela lembra que o algodão absorve bastante a transpiração, mas seca lentamente. E o poliéster, apesar de secar mais rapidamente do que todos, apresenta baixo nível de absorção de água.

A trama do tecido também é importante: quanto mais aberta, melhor a evaporação do suor. Haidar sugere um teste: ao escolher uma roupa, puxe um pouco o tecido. Quanto menos esticar, mais fechada a trama.

 

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