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sábado, 13 de outubro de 2012

Formigas, como controlar e combater esses insetos


Infelizmente, não são somente essas espécies que atacam nossas residências, lojas ou escritórios. Nos grandes centros, podemos citar a disseminação de mais dois pequenos e insidiosos bichinhos: as formigas e as moscas de banheiro.

As formigas atacam locais com maior concentração de alimento, como a cozinha, enquanto que as mosquinhas dão preferência aos banheiros e ralos. Ambas são pequenas, fáceis de achar, mas difíceis de matar – ou controlar. 


Formigas em toda parte
A pesquisadora Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos, do Instituto Biológico de São Paulo, explica que são cerca de trinta as espécies de formigas presentes nas cidades e consideradas pragas urbanas. Todas pertencentes à família Formicidae e, a maioria, pequenin - de 2 a 4 mm -, d’entre as quais se destacam a formiga louca (Paratrechina longicornis), a cabeçuda (Pheidole spp.), a carpinteira (Camponotusspp.) e - mais comumente nos quintais, praças e parques - as lava-pés (Solenopsis sp).

No entanto, é provável que a variedade que ataque seu açucareiro seja a Tapinoma melanocephalum, mais conhecida como “fantasma”: miniformigas que surgem “do nada” e são encontradas nos lugares mais improváveis, como um bule de café. “Essas formigas são muito pequenas, medem cerca de 1,5 mm de comprimento, com pernas, abdome e antenas amareladas, e cabeça e tórax escuros”, explica Carvalho Campos. Persistentes, esses insetos são atraídos por todo tipo de alimento sendo que um grande número de operárias é recrutado para tal fim.

Segundo a pesquisadora, as “fantasmas” podem viver em qualquer lugar da casa, ocupando espaços como rachaduras nas paredes, frestas, pedaços ocos de portas e até mesmo equipamentos eletrônicos. Geralmente, o foco de origem é algum objeto ou vaso que contenha um ninho ou – nos casos de apartamentos ou casas geminadas – os conduítes de eletricidade, que servem como corredores entre as unidades habitacionais.

De acordo com a Dra. Priscila Cintra Socolowski, do Controle de Animais Sinantrópicos do Hospital das Clínicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) de Botucatu, as características biológicas básicas de qualquer destas espécies citadas, as “tramp species” (formigas andarilhas) são: a convivência em íntima associação com o homem; a coexistência - no mesmo ninho - de várias gerações; migração periódica de posicionamento do ninho e a presença de muitas rainhas em uma mesma comunidade (até 200, dependendo da espécie).


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O primeiro passo para prevenir o aparecimento de formigas nas residências é a correta manutenção dos pisos, paredes e armários da casa. Rachaduras em azulejos, fissuras e trincas em paredes, buracos ou falta dos rejuntes, armários antigos e guarnições que detenham orifícios são potenciais locais de nidificação (formação de ninhos).
O ambiente também deve ser mantido limpo, o lixo coletado frequentemente, a louça lavada e substâncias atrativas como açúcar e doces devem ser mantidas em recipientes fechados – de preferência hermeticamente - ou acondicionadas em geladeira. A maior prevenção é eliminar o alimento à disposição para as formigas, explica a pesquisadora Dra. Ana Eugênia de Carvalho Campos.
Outra recomendação - dada tanto por Carvalho Campos, quanto pela Dra. Priscila Cintra Socolowski - é uso de substâncias naturais reconhecidamente repelentes de formigas como folhas de louro, salsinha, cascas de tangerina, cravo-da-índia e canela, que podem ser utilizadas dentro de armários e gavetas e trocadas a cada duas semanas, para não perderem o efeito.

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As formigas não transmitem doenças, embora possam carregar no seu corpo microrganismos patogênicos que causam infecções. Segundo a pesquisadora Priscila Cintra Socolowski - que trabalha exatamente no controle desses insetos em hospitais - a contaminação via formigas é  isolada: “por exemplo, a infecção hospitalar se dá por contato e, uma vez que as bactérias não ‘voam’, formigas – e seus germes - teriam que tocar diretamente uma ferida descoberta de um paciente e o enfermo teria que ser susceptível à infecção causada por aquele germe”, explica.
 No entanto, de acordo com a pesquisadora Ana Eugênia de Carvalho Campos, algumas espécies provocam dor ao ferroar, caso das formigas lava-pés ou variedades caçadoras, pertencentes ao grupo das Poneromorfas, presentes em parques e jardins, como as dos gêneros Pachycondyla e Odontomachus.
“As espécies de Poneromorfas que ocorrem na área urbana geralmente são grandes, atingindo 1,5 cm de comprimento”, esclarece Carvalho Campos. Ferroadas de formigas lava-pés e caçadoras, além de doloridas, podem causar alergias severas em pessoas sensíveis ao veneno e casos de choque anafilático, principalmente entre crianças e idosos.
Dentro das residências, as formiguinhas causam incomodo e provocam danos em geladeiras, fornos, aparelhos de som, televisores, microcomputadores e aparelhos de DVD. “Os ninhos presentes nestes eletrodomésticos produzem umidade, com a presença de larvas e operárias jovens, além de substâncias que provocam corrosão e podem levar a curtos-circuitos”, esclarece Socolowski.
No caso dos insetos do gênero Camponotus, conhecido popularmente por formigas carpinteiras, os danos são estruturais em peças de madeiramento ou eletrodomésticos. Estas são formigas noturnas, um pouco maiores que as “fantasmas” e de coloração preta ou amarelada.
  • Antônio Gaudério/Folhapress
Na hora de acabar com esses pequenos andarilhos, Socolowski chama a atenção para erros comuns que tendem a ocasionar o aumento dos ninhos espalhados pela casa.  Os inseticidas comuns ao invés de resolverem o problema simplesmente afastam as colônias para outros pontos da casa.  “As comunidades se fragmentam (subdividem) em grupos e migram para outros locais”, enfatiza.
Por essa mesma razão o controle em edifícios é mais complexo: os ninhos são difíceis de localizar – é comum haver vários deles em uma mesma área - as reinfestações são constantes e, por incrível que pareça, esses pequenos bichinhos se adaptam facilmente aos hábitos humanos.
Segundo Carvalho Campos, uma maneira de eliminar grande parte das espécies presentes nas residências são as iscas para formigas urbanas, chamadas iscas formicidas, encontradas em grandes supermercados, casas de bricolagem e outros estabelecimentos. É importante verificar se o produto possui registro no Ministério da Saúde e seguir criteriosamente as instruções contidas na embalagem, bem como manter as iscas fora do alcance de crianças e animais domésticos.
Além das iscas, a pesquisadora indica a utilização de uma solução de água com detergente (1:1) que pode ser injetada, com o auxílio de uma seringa, nos orifícios da parede ou azulejo por onde as formigas entram e saem. “Esse procedimento deve ser feito sempre que esses insetos forem observados”, orienta a pesquisadora.
No entanto, todas essas ações não exterminam para sempre as formigas e, sim, controlam as colônias. Quando um ninho for exterminado, outro poderá utilizar aquele mesmo local para moradia, (de uma mesma espécie de formiga ou de uma nova), ocasionando uma reinfestação.  “Novas infestações sempre podem ocorrer, vindas de um ninho escondido no mesmo ambiente, vindas do vizinho ou mesmo por introdução acidental, de algum objeto adquirido que abrigue formigas”, argumenta Carvalho Campos.





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